Lagarto de “cidade ternura” para terra da pistolagem
A cidade de Lagarto, distante 75 Km da capital sergipana, Aracaju era conhecida como “cidade ternura” pela receptividade da população e pelo espírito de paz que reinava no município.
Mas, aos poucos, Lagarto foi deixando de ser uma cidade pacata para se tornar a mais violenta cidade de Sergipe. Fruto, especificamente, do índice estratosférico de impunidade diante dos crimes de homicídios.
Ao longo das duas últimas décadas, a violência tem aumentado em todo território Nacional, não seria diferente em Lagarto. Mas, o assustador no caso da ex-cidade ternura é que o aumento dos assassinatos não se deu só pelo fato do acréscimo da criminalidade no país. Mas e, sobretudo, pela ascensão de alguns criminosos junto aos poderes constituídos (segundo o “Poderoso Chefão”) e, pela “proteção” de parte de autoridades que deveriam fazer cumprir a Lei. Mas, ao contrário, alguns poucos agentes da Lei se engalfinharam de tal modo com estes elementos que, fez surgir um “chefão” da bandidagem que ao longo, principalmente, da última década, aumentou seu poder. Ao se aliar a alguns políticos do estado e recebê-los para banquetes, criou-se uma imagem da intocabilidade deste elemento e dos demais que o circunda.
Com esta nova característica envergada pelo “Chefão”, elementos perigosos buscaram refúgio ao lado dele. Cria-se assim o sistema de “pedágio” pago ao facínora e, dizem, sendo estendido a pessoas investidas de poder do estado.
Desta forma foi sendo construídos grupos de extermínios, com funções bem definidas de cada elemento no organograma da nova organização criminosa.
O “Chefão” é o indivíduo protegido pelos assassinos e por agentes da Lei.
Neste organograma começaram a surgir os olheiros.
As pessoas da cidade começaram a ficar em dúvida quanto a moralidade da coisa, pois, ilegal e criminoso todos sabem que é assassinar uma pessoa.
Com o falso pretexto de que, apenas, supostos marginais seriam eliminados pelos assassinos profissionais, criou-se, de certa forma, um “sentimento” de justiça, mesmo que, com as próprias mãos.
Diante deste paradigma, alguns sinalavam com assentimento, ao saberem que algum fora da lei tinha sido morto.
Pessoas conceituadas como de bem, passaram a recorrer a tais “serviços” para poderem se sentir justiçado, ao serem roubados e tiver sofrido algum tipo de desfeita.
A coisa foi se formatando e, como ninguém se importasse com tais fatos, o índice de assassinatos foi aumentando de forma assustadora na cidade e as autoridades lavaram as mãos. Chega-se agora a um ponto onde, reprimir tais homicídios se torna uma coisa muito difícil. A maior dificuldade é diante da população, que vive temerária e, à mercê da sorte de não ter nenhum dos seus familiares na mira dos assassinos de aluguel.
Existem vários casos de pessoas que foram mortas e que os familiares foram “aconselhados” a esquecerem o caso, senão seriam penalizados com a morte também. O pior nesta história verídica é que a polícia tem conhecimento de tais fatos a muito tempo. No entanto, entra delegado e sai delegado e nada é feito. Acredita-se que, pelo pouco tempo que os delegados ficam à frente da delegacia de homicídios em Lagarto tenha se tornado impossível uma operação cirúrgica em coisa tão enraizada na cidade.
Para eu um delegado possa agir com eficiência, é necessário que, antes, policiais ligados a tais facínoras sejam remanejados e um grupo de ação novo comece a trabalhar. Assim, a população ganhará confiança na polícia de novo.
Existem grupos de homicidas. Mas, especificamente, um grupo liderado por um assassino frio e que costuma desfigurar suas vítimas, é quem tem o comando atual. Este grupo é também submisso ao “Chefão”.
Mas é o silêncio que impera na imprensa sergipana, quando se fala na situação dos crimes contra a vida em Lagarto. Alguém sabe o porquê?
sábado, 22 de agosto de 2009
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